Fórum 1 - Bloco Movimento

Pós-graduação em Artes Visuais - Cultura e Criação

Senac - Centro Nacional de Educação a Distância

Fórum 1 - Bloco Movimento

Pense no Parangolé de Oiticica e no Píer de Smithson e procure refletir sobre as suas possíveis relações com a operação inventada por Duchamp. Debata: de que modo os materiais, processos e ações envolvidos nos dois trabalhos podem ser remetidos ao readymade?

Resposta:

O desejo humano, de reproduzir o movimento, parece ter sido sempre uma constante. Já narte paleolítica, a imagem de uma pintura rupestre, encontrada em caverna, em Altamira, na Espanha, contendo um javali com oito patas, poderia ser interpretada, segundo historiadores, como uma tentativa de decompor o movimento.

No conceito readymade, proposto por Duchamp, há uma transformação de significados, em que o espectador é incitado a apreciação de sua obra, através de um olhar diferente. Um olhar que não vê o convencional, ou poderíamos dizer, um olhar artístico. A roda de uma bicicleta, desprovida de sua função original, aparentemente inerte, presa a um banco, mas se desejável, em movimento.

Podemos observar que, o mesmo conceito se aplica nas criações de Oiticica e Smithson. A obra de arte que sai dos museus para o ambiente externo e interage com o público. O Parangolé como uma escultura móvel, um pedaço de tecido, com um novo significado, das mãos do artista para as do espectador. O Píer em espiral, que intervém na natureza, dando um novo senso, ao espaço antes inutilizado e, permitindo ao observador a possibilidade de uma experiência visual e sensorial.

Jabali. Arte rupestre. Cueva de Altamira (Cantabria, España)

Comentário curioso sobre a imagem:

"[...] Cueva de Altamira (Cantabria, España). Jabalí. Posiblemente nos encontremos ante el más antiguo y emblemático ejemplo de dibujo animado en la superposición de posiciones alternativas de las patas del animal".

Fonte: mafa-elanimalinvisible.blogspot.com

No link abaixo encontra-se uma animação desta mesma imagem, simulando o movimento das patas. vale a pena conferir.

http://kinodinamico.com/2010/05/26/ate-onde-sabemos-este-e-o-inicio/ [1]

Thiago Cerejeira