Monday, 17 September 2012

Fórum 4 - Bloco Profusão

Pós-graduação em Artes Visuais - Cultura e Criação

Senac - Centro Nacional de Educação a Distância


Fórum 4 - Bloco Profusão


Toda experiência criativa envolve, como vimos, um fluxo constante entre ordem e desordem. Observe e analise a obra de J. Carlos, procurando refletir sobre o seu uso do espaço e da linguagem gráfica, sobre os elementos, ritmos e acentos visuais envolvidos na composição. Neste fórum, debata com seus colegas a dinâmica entre ordem e desordem nesse trabalho: como os seus diversos elementos produzem e tensionam as duas sensações?

Resposta:

O primeiro aspecto a ser considerado na obra em questão, de J. Carlos, é a intenção do projeto gráfico, quenão se resume apenas a uma caricatura para ilustrar a capa de uma revista de época. A obra representa a essência de seu tempo e, comunica-se com seu público, através de uma metáfora visual, enquadrando a figura feminina, como o centro das atenções e, objeto de desejo da massa, neste caso representada pelas figuras de homens, contidas no plano de fundo. Essa combinação é inclusive, muito sugestiva, como se representasse um grande bloco carnavalesco, com a figura da moça simbolizando a unanimidade e o poder de atração (uma espécie de musa ) e o nome da revista, estampado de forma destacada e apelativa, como que em alusão a um estandarte ou abre-alas.

A profusão de coisas é frequentemente associada a desordem, ao acúmulo excessivo. No desenho de J. Carlos, para a capa da revista 'Para Todos' a sensação de ordem e desordem é percebida nitidamente em sua composição, na medida que se observa a estratégia de escala, que o artista utilizou para as figuras.

Observa-se que a parte inferior da imagem, onde se concentram o texto com o título da revista, e a primeira fila de homens com a imagem feminina ao centro, é mais ampliada e destacada, conferindo um senso de organização, para as demais figuras que se acumulam ao fundo, com menor amplitude de tamanho e ocupando toda a parte superior da imagem, o que por sua vez poderia ser visualizado como um estado de tensão e desordem. Dessa forma J. Carlos, através da habilidade de seu traço, refinamento, humor e influência artística de padrões estilísticos do período, consegue, ao mesmo tempo, atingir os leitores da publicação e exercer a

própria função comunicativa de uma capa de revista, que deve ser capaz de concentrar os olhares do público e conquistar o máximo de leitores com uma imagem autêntica e sedutora.

Para ilustrar esse contexto da profusão, gostaria de citar a referência do artista russo Victor Molev, que faz uso desse paradoxo entre ordem e desordem em suas obras. Sua tentativa de criar caricaturas famosas a partir da combinação de elementos gráficos desconexos, estimula a ambiguidade da imagem, produzindo o efeito de ilusão de ótica.

Pode-se conferir um pouco do trabalho dele no link abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=57JvXNpP724


Monalisa por Victor Molev

Thiago Cerejeira

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