Pós-graduação em Artes Visuais - Cultura
e Criação
Senac - Centro Nacional de Educação a
Distância
Atividade Prática 4 - Bloco Profusão
"A Escassez como estratégia de
Comunicação Visual"
A
proposta temática escolhida para a realização da atividade prática 4, referente
ao Bloco Profusão é a seguinte:
"a)Considerando que o contrário do
conceito de profusão seja o conceito de escassez, escolha uma das dez obras
estudadas nesse bloco e crie uma imagem que signifique o seu oposto".
A
partir desse conceito, foi utilizada
como obra de referência, a capa da Revista"Para Todos...", de 1927,
criada pelo desenhista, chargista e caricaturista José Carlos de Brito Cunha ( 1884-1950), que
atuou como colaborador em diversas
publicações na primeira metade do século XX,
entre elas as revistas Fon-Fon , A Cigarra e O Malho. Ao longo de sua carreira J. Carlos, com suas charges, fez a crônica do processo
de urbanização do Rio de Janeiro e dos
seus efeitos sociais. A arte, o design e
o jornalismo foram os eixos do trabalho desse artista que produziu obras
desafiadoras que chamaram a atenção de
leitores em várias épocas, através da
riqueza de aspectos estéticos e plásticos.
J.
Carlos foi influenciado por estilos artísticos de sua geração, como o Art
Noveau e Art Déco, e conseguiu adaptar referências desses movimentos à seu
trabalho, imprimindo assim uma linguagem própria e peculiar a seu traço leve,
preciso e sintético.
Na
capa de "Para Todos..." J. Carlos se utiliza de elementos da profusão
para estabelecer um apelo visual, ao utilizar o próprio nome da revista, em
destaque, como elemento de sustentação para as demais figuras, e ressaltando
ainda, como base para isso, a imagem de
uma figura feminina, ousada e conceitual, da época.
Caricatura
para a capa da revista "Para Todos..." de 23 de abril de 1927, nº 436
- J. Carlos
Para
conseguir um efeito oposto ao da ilustração de J. Carlos, neste caso, a
escassez, manteve-se a idéia da produção de uma imagem que tivesse o mesmo
objetivo da capa da revista "Para Todos...": a comunicação visual.
Trazendo
para o universo da moda, optou-se por um contexto muito frequente na mídia
impressa, que recorre à slogans e campanhas publicitárias, para divulgação de
suas marcas e produtos. Importante ressaltar que a proposta criativa a ser
elaborada, teria de se manter fiel à
obra do designer J. Carlos utilizando o mesmo meio de expressão artística, a
ilustração ou desenho, como forma de melhor confrontar a oposição dos conceitos
de profusão e escassez.
Embora
os apelos comerciais da contemporaneidade utilizem a fotografia e o audiovisual
como recursos para o merchandising, a
ilustração e o desenho, foram pioneiros em publicações que retratavam as
tendências de modelos do vestuário, como roupas e acessórios. Paul Iribe e
Georges Lepape, nas primeiras décadas do século XX, já utilizavam suas
ilustrações como referências de moda. O brasileiro Alceu Penna, também inovou
com suas famosas "Garotas do Alceu" para a Revista "O
Cruzeiro", na década de 50.
Com
o advento das mídias digitais, as ilustrações ganharam uma aparência mais sofisticada
e realista. Os softwares de computação
gráfica possibilitaram aos designers a utilização de recursos de tratamento de
imagem, que instaurou um novo perfil de artes gráficas. A ilustração de moda, vetorial, praticada pelo designer Jason
Brooks, demonstra bem esse perfil.
Ilustração
de Moda de Jason Brooks, 2002
Como
resposta à solicitação da atividade, foi utilizado propositalmente, desenho vetorial em estado bruto, sem
intervenção de recurso Photoshop, e com aspecto mais técnico, acompanhado de logo da marca TTOR, ambos de
conceito autoral.
A
intenção foi provocar a sensação de escassez, através da utilização mínima do
espaço gráfico, trabalhando com o esvaziamento, fator que se opõe claramente à
idéia de J. Carlos, e a utilização de formas puras no conceito da roupa e no
traço do desenho, condizente dessa forma, com a proposta minimalista da marca.
Foram produzidos dois conceitos, um masculino e um feminino, para que se
pudesse estabelecer um comparativo entre as linhas de estilo, ao mesmo tempo
que se quis estabelecer um diálogo,
entre as duas campanhas, que desse modo, se fossem veiculadas em uma revista,
poderiam estar posicionadas tanto lado a lado, quanto isoladas, satisfazendo assim a possibilidade
de uma publicidade mais direcionada.
Conceito
publicitário para marca TTOR - Conjugado, para ambos os segmentos
Conceito
Publicitário para marca TTOR - Isolado,
para público feminino






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