Tuesday, 23 October 2012

Atividade Prática 4 - Bloco Profusão: "A Escassez como estratégia de Comunicação Visual"










Pós-graduação em Artes Visuais - Cultura e Criação
Senac - Centro Nacional de Educação a Distância


Atividade Prática 4 - Bloco Profusão


"A Escassez como estratégia de Comunicação Visual"


A proposta temática escolhida para a realização da atividade prática 4, referente ao Bloco Profusão é a seguinte:

"a)Considerando que o contrário do conceito de profusão seja o conceito de escassez, escolha uma das dez obras estudadas nesse bloco e crie uma imagem que signifique o seu oposto".

A partir desse conceito,   foi utilizada como obra de referência, a capa da Revista"Para Todos...", de 1927, criada pelo desenhista, chargista e caricaturista  José Carlos de Brito Cunha ( 1884-1950), que atuou como colaborador em  diversas publicações na primeira metade do século XX,  entre elas as revistas Fon-Fon , A Cigarra e O Malho.  Ao longo de sua carreira J. Carlos,  com suas charges, fez a crônica do processo de urbanização do Rio de Janeiro  e dos seus efeitos sociais.  A arte, o design e o jornalismo foram os eixos do trabalho desse artista que produziu obras desafiadoras  que chamaram a atenção de leitores em várias épocas, através da  riqueza de aspectos estéticos e plásticos.

J. Carlos foi influenciado por estilos artísticos de sua geração, como o Art Noveau e Art Déco, e conseguiu adaptar referências desses movimentos à seu trabalho, imprimindo assim uma linguagem própria e peculiar a seu traço leve, preciso e sintético.

Na capa de "Para Todos..." J. Carlos se utiliza de elementos da profusão para estabelecer um apelo visual, ao utilizar o próprio nome da revista, em destaque, como elemento de sustentação para as demais figuras, e ressaltando ainda,  como base para isso, a imagem de uma figura feminina, ousada e conceitual, da época.



Caricatura para a capa da revista "Para Todos..." de 23 de abril de 1927, nº 436 -  J. Carlos


Para conseguir um efeito oposto ao da ilustração de J. Carlos, neste caso, a escassez, manteve-se a idéia da produção de uma imagem que tivesse o mesmo objetivo da capa da revista "Para Todos...": a comunicação  visual.

Trazendo para o universo da moda, optou-se por um contexto muito frequente na mídia impressa, que recorre à slogans e campanhas publicitárias, para divulgação de suas marcas e produtos. Importante ressaltar que a proposta criativa a ser elaborada, teria de  se manter fiel à obra do designer J. Carlos utilizando o mesmo meio de expressão artística, a ilustração ou desenho, como forma de melhor confrontar a oposição dos conceitos de profusão e escassez.

Embora os apelos comerciais da contemporaneidade utilizem a fotografia e o audiovisual como recursos para o  merchandising, a ilustração e o desenho, foram pioneiros em publicações que retratavam as tendências de modelos do vestuário, como roupas e acessórios. Paul Iribe e Georges Lepape, nas primeiras décadas do século XX, já utilizavam suas ilustrações como referências de moda. O brasileiro Alceu Penna, também inovou com suas famosas "Garotas do Alceu" para a Revista "O Cruzeiro", na década de 50.

                   
Ilustração de Moda de Paul Iribe, Década de 20 / Ilustração de Moda de Georges Lepape, década de 20

Com o advento das mídias digitais, as ilustrações ganharam uma aparência mais sofisticada e  realista. Os softwares de computação gráfica possibilitaram aos designers a utilização de recursos de tratamento de imagem, que instaurou um novo perfil de artes gráficas. A ilustração de  moda, vetorial, praticada pelo designer Jason Brooks, demonstra bem esse perfil.


Ilustração de Moda de Jason Brooks, 2002

Como resposta à solicitação da atividade, foi utilizado propositalmente,  desenho vetorial em estado bruto, sem intervenção de recurso Photoshop, e com aspecto mais técnico,  acompanhado de logo da marca TTOR, ambos de conceito autoral.

A intenção foi provocar a sensação de escassez, através da utilização mínima do espaço gráfico, trabalhando com o esvaziamento, fator que se opõe claramente à idéia de J. Carlos, e a utilização de formas puras no conceito da roupa e no traço do desenho, condizente dessa forma, com a proposta minimalista da marca. Foram produzidos dois conceitos, um masculino e um feminino, para que se pudesse estabelecer um comparativo entre as linhas de estilo, ao mesmo tempo que se quis  estabelecer um diálogo, entre as duas campanhas, que desse modo, se fossem veiculadas em uma revista, poderiam estar posicionadas tanto lado a lado, quanto  isoladas, satisfazendo assim a possibilidade de uma publicidade mais  direcionada.


Conceito publicitário para marca TTOR - Conjugado, para ambos os segmentos




Conceito Publicitário para marca TTOR -  Isolado, para público feminino

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